sexta-feira, 17 de maio de 2013

Toque de caixa

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 17/05/2013
Depois da sessão mais longa da história da Câmara para aprovação de uma matéria, foram 41 horas, o Senado levou pouco mais de sete horas, de um prazo exíguo de 11 horas de sessão, outro recorde, para aprovar a MP dos Portos. Sem tempo para estudar as matérias, nem direito a fazer emendas, porque a MP caducaria à zero hora de hoje, senadores governistas, constrangidos pela oposição, aprovaram a matéria sem debatê-la em plenário. Tudo para não protelar a votação.

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O presidente da Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), constrangido, garantiu a votação a toque de caixa e sem emendas, mas prometeu que nenhuma outra medida provisória será votada pela Casa sem , ao menos, sete dias de prazo para exame. A oposição chegou a entrar com um mandado de segurança para tentar barrar a votação, sem sucesso.

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Os governistas rejeitaram recursos da oposição contra a decisão do presidente do Senado de colocar a MP em votação. Desde o início da sessão, por volta das 11h30, q oposição tentou retirar a matéria de pauta. Eles protestaram contra o pouco tempo disponível para analisar o texto aprovado pela Câmara e o descumprimento de acordo de líderes que estabelecia intervalo mínimo de 48 horas entre a leitura e a votação de MPs. Foi uma situação considerada humilhante pela maioria dos senadores.


Audiências
O senador Ricardo Ferraço(PMDB-ES) rebateu as críticas da oposição de que a matéria não teria sido discutida. Argumentou que a medida foi debatida durante onze semanas por deputados e senadores na comissão mista responsável por analisar o texto. “Foram 37 audiências públicas com participação dos mais diversos setores da sociedade”, disse. Segundo ele, não houve alterações substanciais ao texto final aprovado pela comissão mista.

 Relação
Não são poucas as sequelas da votação da MP dos Portos na Câmara. As relações entre a bancada do PMDB e o governo estão muito esgarçadas. Somente três dos 79 deputados não acompanharam o líder da bancada, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação da emenda aglutinativa que acabou derrotada pelo governo. Cunha disse ontem que pretende preservar a aliança com os petistas. “É como um casamento, estamos casados com o PT, e com o tempo vamos discutindo a relação”.

Confusão
Por volta de duas da manhã da madrugada de ontem, quando a sessão foi encerrada pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o líder do PT, José Guimarães (CE), acusou-o de favorecer a oposição. Na verdade, já não havia quorum e Alves pretendia reabrir a sessão com nova chamada, o que obrigou os parlamentares a voltar para a Câmara. “Sem isso, a MP dos Portos não seria aprovada”, explica o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

Candidatura//

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, é mais um cacique do PSB que faz restrições à candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República. “Ele pode até ter decidido, mas não tem condições de ser candidato ainda”, disse.

Serrista
A cúpula do PSDB bateu o martelo na tarde de hoje: o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), serrista de carteirinha, comandará a secretaria-geral do partido. A escolha de Thame é resultado das negociações entre o senador Aécio Neves, que no sábado será eleito seu novo presidente, e o ex-governador paulista José Serra, que deve comparecer à convenção do PSDB em Brasília.

Professor/ O ex-número dois do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa deve se tornar professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas, a convite do economista Yoshiaki Nakano, que dirige a instituição. Para aceitar o convite, terá que se licenciar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O secretário-executivo da Fazenda saiu em férias nesta quinta-feira e não voltará para o órgão.

Itaquerão/ O presidente da CBF, José Maria Marin, leva o maior gelo do ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva, que apoia a candidatura de Andrés Sánchez ao comando da entidade. Marin, porém, avalia que o adversário está no sal com a Fifa e os torcedores paulistas por causa do atraso nas obras do Itaquerão.

Azebudsman/ O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao contrário do que foi publicado na quarta-feira, na nota intitulada Cochilo, foi convocado a depor na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado e não da Câmara, sobre as atividades da ex-assessora da Presidência Rosemary Noronha.


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