sexta-feira, 1 de março de 2013

O fogo está aceso

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 27/02/2013
 

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), foi para a frigideira. Dono de um dos orçamentos mais robustos da Esplanada, começa a ser cobrado pelos atrasos das obras sob sua responsabilidade, como a transposição do Rio São Francisco. Sofre o bombardeio surdo dos aliados do PMDB e do PT interessados em ocupar a pasta que já foi de Ciro Gomes (PSB) e Geddel Vieira Lima (PMDB).

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A verdadeira razão da fritura, porém, é outra: a movimentação de seu padrinho político, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, para se consolidar como candidato a presidente da República. O Palácio do Planalto vê as recentes declarações e entrevistas de Campos como as de um provável candidato. A presidente Dilma Rousseff, porém, ainda acredita que a pretensão do socialista pode ser abortada. Graças a isso, Bezerra sobrevive na pasta.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça essa avaliação de que a candidatura de Campos não está consolidada com um movimento vigoroso para desestabilizar o governador pernambucano dentro do PSB, o seu próprio partido. Amanhã, o petista começa por Fortaleza uma peregrinação por 11 capitais, a maioria do Nordeste, que deve terminar no Recife.


Bom calado
A propósito das relações com o PSB, a presidente Dilma Rousseff mandou avisar aos navegantes que o ministro dos Portos, Lêonidas Cristino (foto), está prestigiado, ao contrário do que muitos imaginam. Cristino defende a MP que privatiza os portos e deve ser o candidato dos irmãos Gomes ao governo do Ceará, mesmo que para isso tenha que deixar o PSB e concorrer por outra legenda para não apoiar a candidatura de Eduardo Campos à Presidência.

Retorno// O desempenho do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na reunião com investidores em Nova York ontem foi comemorado no Palácio do Planalto. A taxa de lucro de 15% para investimentos em portos, ferrovias e aeroportos nos Estados Unidos fez mais sucesso lá do que aqui.

Pororoca/
Esquentou a disputa por blocos para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas no próximo leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A descoberta de reservatórios na Guiana Francesa aumenta o interesse na região, hoje uma das mais cobiçadas do mundo.

Partilha/
O líder do Democratas na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), protestou contra a decisão — que deve ser votada hoje — de dividir apenas a Comissão de Educação e Cultura. “Essa decisão foi extremamente tendenciosa, fisiológica e oportunista”, disparou.

Azedinha/
Saudades do comandante Rolim. A TAM, que virou uma empresa chilena, revoltou os passageiros do voo Campinas-Brasília, domingo, ao distribuir pacotes de amendoim vencidos.


Heranças
O senador Aécio Neves (foto), do PSDB-MG, rebateu as críticas da presidente Dilma Rousseff ao governo de FHC. “Foi uma demonstração muito clara de fragilidade do PT quando suas principais lideranças e a própria presidente da República vêm a público dizer que não herdaram absolutamente nada. Isso é um desrespeito a várias gerações de brasileiros que lutaram pela democracia, que nos legaram a estabilidade econômica, os programas de transferência de renda, a modernização da economia”, disse. No Palácio do Planalto, a ordem foi não alimentar polêmica.

Pau da barraca
O senador Lindbergh Faria (PT-RJ) reagiu duramente à nota do PMDB que exigiu a retirada de sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro em troca do apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. É candidato e não abre. A candidatura do petista conta com a simpatia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teme a implosão da legenda no estado se Lindbergh for impedido de concorrer, como aconteceu com o ex-deputado Vladimir Palmeira em 1998, quando o PT apoiou o ex-governador Anthony Garotinho (PR).

No bolso
Os custos médico-hospitalares dos planos individuais de saúde cresceram quase o triplo da inflação nos 12 meses encerrados em junho de 2012 em comparação com o período anterior (julho de 2010 a junho de 2011). Enquanto o IPCA subiu em 6,1% no período, dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar mostram que a Variação de Custos Médico-Hospitalares teve alta de 16,4%

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