quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dona felicidade

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 27/12/2012

Por que a presidente Dilma Rousseff goza de altos índices de popularidade e os empresários andam tão pessimistas? Estatisticamente falando, a resposta é simples: porque os níveis de emprego e de renda mantiveram-se em alta em 2012, mas as taxas de crescimento e de lucro não acompanharam essa curva, muito pelo contrário. Diante disso, qual a expectativa para 2013? É mais ou menos como aquela imagem do copo pela metade: a maioria da população está otimista, mas a elite econômica do país ligou o pisca-alerta.

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O PIB de 2012 de fato frustrou até os mais pessimistas, depois de muitas mexidas no tabuleiro econômico e nas regras do jogo pelo governo, além da catilinária da equipe econômica para domar o “instinto animal” dos empresários e levantar no grito os índices de crescimento. Em termos de comparação com a renda nacional per capita, pode-se dizer que o crescimento foi zero. E daí? Nada! O brasileiro, como diria o poeta russo Vladimir Maiakovski, é um homem feliz.

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Inspirado nas teorias de Joseph Stiglitz e Amartaya Sewn, que faturaram o prêmio Nobel de Economia, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (Ipea), Marcelo Neri, num artigo publicado ontem no jornal Valor Econômico, explicou esse fenômeno. Suas conclusões, aqui resumidas: a renda das famílias cresceu 3,1% e da classe média, 5,4% no terceiro trimestre de 2012, para um PIB de 0,9% no período; durante o ano que se encerra, o risco individual de perda de renda se restringiu a 12 % das famílias e a possibilidade de ascensão chegou a 30%; finalmente, segundo pesquisa do Ipea, o índice de felicidade do Brasil ocupa o 16º lugar entre 147 países do globo, com uma média de 7,1 pontos, conforme a metodologia do Gallup Word Poll de 2011, considerando de 0 a 10 a pontuação da satisfação das pessoas com a vida corrente. Feliz ano-novo!!!

Boas festas
Boa notícia para os brasilienses: ao telefonar, no fim da manhã da segunda-feira, para dar os cumprimentos natalinos ao governador Agnelo Queiroz e ouvir dele um agradecimento pelo grande apoio ao longo de 2012. A presidente Dilma emendou um voto de próspero ano-novo e foi claríssima: “Em 2013, vamos ajudar ainda mais”.

Projetos
O governo federal toca três projetos-piloto no Distrito Federal: para desafogar a emergência do Hospital de Base, com o Ministério da Saúde; para desburocratizar a vida das empresas, com o Ministério do Desenvolvimento Social; e para alavancar a produção de pescado, com o Ministério da Pesca. Todos esses programas estão sendo testados na capital e, a partir do aprendizado, serão aplicados em todo o país.

Orçamento

Com recursos próprios e verbas do Programa de Aceleração do Crescimento, o orçamento de investimentos do Distrito Federal para 2013 chegará a R$ 3 bilhões
Gratidão
Está 12 a 8 a favor do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, de Alagoas, a disputa na bancada pela indicação do novo presidente do Senado. Em tese, os dissidentes poderiam articular um nome alternativo como candidato avulso com certa possibilidade de sucesso, mas ocorre que não terão o apoio da oposição. A bancada tucana é grata ao líder do PMDB por sua atuação em favor do governador de Goiás, Marconi Perillo (PMDB), na CPI do Cachoeira.

A música
Caso típico de continuidade administrativa e maquiagem política, a Cidade das Artes será inaugurada em 3 de janeiro pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), na Barra da Tijuca, num terreno de 95 mil metros quadrados, entre a avenida Ayrton Senna e a das Américas. Projeto de Christian de Portzamparc, arquiteto e urbanista francês, a obra foi iniciativa do ex-prefeito Cesar Maia (DEM), cuja sua Cidade da Música sofreu muitas críticas e denúncias. Tem uma sala principal com 1.800 lugares, outra com 800, uma sala de concertos, três cinemas, 13 salas de aula, 13 salas de ensaio, uma cafeteria, um restaurante, um bar, uma galeria de arte e 750 vagas no estacionamento.

Meia volta, volver!!!
O relator do Orçamento da União, Romero Jucá (PMDB-RR), estava com tudo pronto para aprovar a matéria na Comissão Representativa do Congresso hoje, mas o Palácio do Planalto decidiu recuar da empreitada. A oposição se preparava para embargar a inédita votação no Supremo Tribunal Federal (STF).

Assentamentos/  O Ministério do Desenvolvimento Agrário acaba de assinar um convênio com o governo do Distrito Federal que reduzirá em cinco anos o processo de distribuição de terras para fins de reforma agrária.

Até breve/ Este colunista entra em recesso hoje e reitera a todos um feliz ano-novo. O repórter Paulo de Tarso Lyra assumirá a coluna interinamente na passagem de ano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Luiz Carlos, bom dia!

È com muito orgulho que tenho acompanhado sua trajetória de vida. Parabéns!

Seu amigo de infância...

Osvaldo Queiroz
(27)9818-7900.