quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O PT na ofensiva

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 10/10/2012
 
Dois dias após o resultado do primeiro turno, o Supremo Tribunal Federal (STF) reiniciou a votação sobre as acusações de corrupção ativa contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, se encarregou de evitar que o julgamento abatesse o ânimo dos militantes do PT no segundo turno.

Lula destacou que o partido obteve a maior vitória de sua história nas eleições municipais, pois já elegeu 624 prefeitos e disputa o segundo turno em 22 cidades, o que representaria o seu melhor desempenho histórico em nível local. O centro da ofensiva, como não poderia deixar de ser, é a prefeitura de São Paulo.

Disputado pelo petista Fernando Haddad e o tucano José Serra, o pleito foi para um segundo turno
dramático. Lula conseguiu amarrar o apoio do vice-presidente da República, Michel Temer, e do deputado Gabriel Chalita — candidato do PMDB que ficou em quarto lugar na disputa, com 833.255 votos válidos, o que corresponde a 13,6% do total. O PT largou na frente, pois o principal apoio obtido ontem por José Serra foi do deputado Paulinho da Força, do PDT, que recebeu apenas 38.570 votos, ou seja, 0,63% dos votos válidos no primeiro turno.

Bandeirantes

PT e PSDB travam uma batalha sangrenta na capital paulista. De seu resultado dependerá em muito a reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin (foto). Com uma prefeitura da capital e de outras cidades nas mãos, até por uma questão de estratégia para reeleger a presidente Dilma Rousseff, o PT partirá para remover o PSDB do Palácio dos Bandeirantes, posição ocupada de forma ininterrupta pelo partido desde 1997. Seus potenciais candidatos são os ministros da Educação, Aloizio Mercadante; da Saúde, Alexandre Padilha; e da Cultura, Marta Suplicy.

Ministério

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), o prefeito Gilberto Kassab e o vice-governador Guilherme Afif são os três nomes cacifados pelo bom desempenho do PSD nas urnas para ocupa uma vaga na Esplanada dos Ministérios. Kassab não quer saber de conversa sobre isso antes do próximo ano. Caso Serra vença as eleições, sua posição será fortalecida, mas terá que escolher entre uma lealdade ou outra.

 Cacife

Além de 492 prefeitos, o PSD conseguiu eleger em todo o país  4.601  vereadores.

Dois votos

O ministro Celso de Mello (foto) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, são votos previsíveis pela condenação dos petistas José Dirceu, Jose Genoino e Delúbio Soares no julgamento da Ação Penal 470 por corrupção ativa. Ontem, votaram Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Somente Toffoli não acompanhou o voto do relator Joaquim Barbosa e absolveu Dirceu, de quem foi assessor jurídico na Casa Civil. Os petistas já estão condenados.

Impostos

As médias empresas vivem um dilema. Se crescerem, tem 10% dos seus custos aumentados em impostos. Só no próximo ano, a Receita Federal deve abocanhar R$ 1,7 bilhão a mais do setor, no qual a arrecadação de imposto de renda aumentou 208%. A situação é provocada pela defasagem da faixa de faturamento das empresas que podem optar pelo sistema de lucro presumido, que simplifica a burocracia tributária.

Médicos/Começa hoje o blecaute dos médicos conveniados aos planos de saúde. Serão suspensas apenas as consultas e cirurgias eletivas, por um período de 15 dias. Serviços de urgência e emergência estão supostamente mantidos. A conferir!

Royalties/ O presidente da Câmara, deputado Marco Maia, pretende pôr o polêmico projeto de votação dos royalties de petróleo em votação logo após as eleições. O governo tem pressa por causa dos leilões do pré-sal previstos para o próximo ano.

Cartão/ O uso do Cartão de Pagamento de Defesa Civil (CPDC) pelo governo federal será destaque em encontro sobre transparência pública, na África do Sul, que começa hoje. O Ministério da Integração Nacional é representado pelo secretário executivo Alexandre Navarro.

Juros/ O Banco Central deve reduzir os juros dos atuais 7,5% para 7,25%.

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