segunda-feira, 16 de julho de 2012

Dois coelhos

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 14/07/2012
 

O vice-presidente Michel Temer faturou alto com a aliança do PMDB e do PT em Belo Horizonte, na qual teve papel destacado ao afastar seu partido do prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição e indicar o vice do candidato petista Patrus Ananias. Numa cajadada, Temer matou dois coelhos.

Primeiro, garantiu o apoio do PT à candidatura do líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), à Presidência da Casa, e assim consolidou o acordo de revezamento das duas legendas no cargo hoje ocupado por Marco Maia (PT-RS). A posição de Alves estava sendo ameaçada pelo líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cotado entre os petistas para voltar ao comando da Câmara.

Segundo, fortaleceu sua própria posição na coalizão de governo, ou seja, a perspectiva de permanecer na chapa da presidente Dilma Rousseff caso ela venha de fato a disputar a reeleição. Na cozinha do Palácio do Planalto, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, trabalham permanentemente para afastá-lo do centro das decisões.

Na berlinda

Primeiro suplente do senador cassado Demóstenes Torres empossado ontem, Wilder Pedro de Morais (DEM-GO) já está na berlinda: o PSol prepara uma representação contra o ex-marido da mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça. Conforme gravação da Polícia Federal, o empresário goiano é grato ao contraventor pela sua indicação ao cargo de secretário de Estado de Goiás e pela primeira suplência de Demóstenes. A rapidez com que assumiu a cadeira espantou os demais senadores. Se não for cassado, terá seis anos e meio de mandato.

Jeitinho

Preocupado com a falta de quórum para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias na próxima terça-feira, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, de São Paulo, propõe uma espécie de fuga pra frente: marcar a votação da LDO e das MPs em 30 e 31 de julho, encurtando o recesso. A fórmula é engenhosa, mas ainda não sensibilizou o Palácio do Planalto.

Baratinho

Para convencer a oposição a deixar de obstruir a nova Lei de Diretrizes Orçamentárias o governo tem um estoque de emendas parlamentares no valor de R$ 3 milhões.

Pródigos

Saiu o balanço dos gastos dos deputados com a cota de atividade parlamentar. Do início da legislatura, em fevereiro do ano passado, até o fim de junho último, os deputados que mais gastaram foram Silas Câmara (PSD-AM), com R$ 592.756,42; Moreira Mendes (foto), PSD-RO, com R$ 569.975,36; e Teresa Surita (PMDB-RR), com R$ 566.300,46.

Austeros

Dos 513 deputados, os que menos gastaram o dinheiro do contribuinte foram Miro Teixeira (PDT-RJ), com R$ 111.283,10; Nice Lobão (PSD-MA), com R$ 45.882,48; e Reguffe (PDT-DF), com apenas R$ 14.043,02.

Judicialização// 

A desoneração da folha de pagamento prevista no Plano Brasil Maior começa a vigorar em agosto. Se a medida provisória que regulamenta a matéria não for aprovada na próxima semana, o governo teme uma enxurrada de ações judiciais das empresas que aderiram ao programa.

Açucarado/ Em Macapá virou motivo de piada a descoberta de um esquema que fraudava licitações no Ministério Público Estadual, que está sendo investigado pela Assembleia Legislativa do Estado. Registros do MP mostram 7,5 toneladas de açúcar compradas a R$ 8,50 o quilo, ou seja, superfaturado em 450%.

Salários/ As investigações também mostram que o Amapá, um dos estados mais pobres do país, com o auxílio-moradia, se dá ao luxo de pagar salários acima do teto constitucional para os membros do seu Ministério Público Estadual.

Padrão/ Para evitar filas quilométricas de caminhões na aduana de Foz do Iguaçu, por causa da operação-padrão dos auditores fiscais, os homens do Fisco distribuíram senhas aos motoristas, que ficam por perto aguardando a vistoria. Os auditores-fiscais pedem 30,18% de reajuste. Cerca de 900 caminhões aguardam fiscalização no pátio da aduana. E outros 600 querem entrar.

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