segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pra cima de Perillo

 

 Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 24/06/2012
A CPI mista do caso Cachoeira volta a funcionar a todo vapor nesta semana. O foco do relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG), que esteve duas vezes em Goiânia na semana passada, é cercar e aniquilar politicamente o governador de Goiás, Marconi Perillo. Desde a instalação da CPI, esse é o objetivo principal do PT. Dos nove depoimentos marcados, seis são de pessoas supostamente capazes de vincular o governador tucano ao contraventor.

Os três primeiros depoimentos foram motivados pela controversa venda da casa onde Cachoeira foi preso em fevereiro deste ano, que pertenceu ao governador Perillo. Serão ouvidos na terça-feira o ex-assessor de Perillo Lúcio Fiúza Gouthier, que presenciou o pagamento do imóvel; Écio Antônio Ribeiro, sócio da empresa Mestra Administração e Participações, em cujo nome a casa foi registrada; e Alexandre Milhomen, arquiteto que reformou a residência.

Na quarta-feira, será a vez de Jayme Eduardo Rincón, presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), sócio da Rental Frota Ltda, que recebeu R$ 600 mil de Cachoeira, supostamente em pagamento de 28 veículos usados; Eliane Gonçalves Pinheiro, ex-chefe de gabinete de Perillo, que teria repassado informações sobre operações policiais para quadrilha; e Luiz Carlos Bordoni, que diz ter recebido dinheiro da Alberto & Pantoja Construções para prestar serviço à campanha do tucano ao governo de Goiás em 2010.

Outros

Mais três depoimentos estão marcados para quinta-feira, esses relacionados ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Estão convocados Cláudio Monteiro, citado em escutas telefônicas e ex-chefe de gabinete do governador do DF; Marcello de Oliveira Lopes, o Marcelão, ex-assessor da Casa Militar do DF; e João Carlos Feitoza, o Zunga, ex-subsecretário de Esportes do DF. Todos suspeitos de atuar a favor dos interesses de Cachoeira no GDF.

Televisão
A novela sobre a redistribuição do fundo partidário e tempo de tevê entre os partidos, em razão da criação do PSD, deve ter um desfecho na quarta-feira, três dias antes do fim do prazo para as convenções eleitorais. Segundo o relator, ministro Dias Toffoli, o julgamento não ocorreu na semana passada porque a pauta do STF estava congestionada.

Salários

O Palácio do Planalto vai jogar pesado para não deixar prosperar na Câmara a PEC nº 5/2011, emenda constitucional que acaba com a prerrogativa de o Poder Executivo cortar valores acima do teto de R$ 26.723,13

Faltou combinar

É pura verdade a preferência da presidente Dilma Rousseff pela candidatura do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, à Presidência do Senado. Mas isso não significa que a eleição esteja no papo. O senador José Sarney (PMDB-AP), atual presidente da Casa, prefere Lobão na Esplanada. E o líder do PMDB, Renan Calheiros, do PMDB-AL, não absorveu o "dedazo". Um "tercius" não pode ser descartado.

Ministério

A candidatura do ministro Edison Lobão a presidente do Senado tem outro empecilho: a sucessão no ministério de Minas e Energia. A presidente Dilma Rousseff tem preferência pelo nome do atual secretário executivo, Márcio Zimmermann, o que faria o PMDB perder o controle da pasta.

Investigações

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir nesta semana o julgamento que define os poderes de procuradores e promotores fazerem investigações penais para complementar o trabalho da polícia. Os votos dos ministros Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski foram favoráveis à restrição dos poderes do Ministério Público. O tema é muito polêmico no STF.

Pão e água

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), criticou a avalanche de emendas liberadas pelo governo a parlamentares da base aliada. O PMDB foi o maior contemplado, com R$ 10,8 milhões em emendas. Em segundo, vieram PSB e o PT, com cerca de R$ 5 milhões cada. Os partidos de oposição ficaram à mingua: o PPS teve R$ 349 mil; o PSDB, R$ 1.800; e o DEM, zero.

Vice

A aliança do PTB com o PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo depende do advogado Luiz Flávio D"Urso retirar sua candidatura para ser o vice na chapa de Fernando Haddad. Houve conversa do presidente estadual do PTB, Campos Machado, com o presidente estadual do PT, deputado Edinho Silva, sobre o assunto, mas Haddad está com o pé atrás: D"Urso é estreante na política eleitoral.

Cachoeira

O governador Jaques Wagner transfere seu gabinete amanhã para a cidade de Cachoeira, a 111 quilômetros de Salvador, no Recôncavo Baiano. Pelo quinto ano consecutivo, Cachoeira passa a ser sede do governo em homenagem à Guerra da Independência da Bahia.

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