quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vão apertar

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 17/05/2012
 
Fracassaram todos os esforços do PSDB para evitar constrangimentos para o governador de Goiás, Marconi Perillo, na CPI mista do caso Cachoeira. Petistas e peemedebistas já armaram uma fogueira para incinerar o tucano por causa de suas relações com o contraventor Carlos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido). Só não vão acender agora. Primeiro, querem sangrar o governador de Goiás.

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O acordo feito entre as duas legendas deve resultar na quebra de sigilo fiscal, telefônico e bancário de todos os envolvidos diretamente nas atividades criminosas de Carlos Cachoeira durante a reunião de hoje da CPI. Os petistas resolveram deixar Perillo de fora da lista, como pleiteiam os representantes da oposição, mas avaliam que a investigação levará de roldão o governador tucano.

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Os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), estão blindados pelo pacto entre PMDB e PT. Os negócios da construtora Delta fora de área de atuação do ex-diretor regional da empresa Cláudio Abreu, também. Ou seja, a investigação sobre as atividades da empresa, responsável por grande número de obras federais e estaduais em várias regiões do país, será confinada ao Centro-Oeste.


Na defensiva

A oposição enfrenta dificuldades mais que numéricas para realizar seus objetivos na CPI. A situação do deputado goiano Carlos Alberto Leréia, amigo de Cachoeira, não é o seu maior problema. O envolvimento do governador Marconi Perillo, que teria vendido uma casa para o contraventor, pôs os integrantes do PSDB na defensiva.

Nem aí

Criticado por aliados por patrocinar uma CPI que supostamente pode atrapalhar a tramitação dos projetos do governo no Congresso e, ainda, provocar mais atrasos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de construção de alguns estádios de futebol, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está convencido de que acertou com a iniciativa. Avalia que o PSDB terá muitas dificuldades nas eleições municipais, principalmente em Goiás, e que o envolvimento de um governador tucano deixará a legenda oposicionista sem a bandeira da ética, inclusive na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Cobrança

O senador Aécio Neves, do PSDB, em discurso da tribuna do Senado, chamou a atenção do governo federal às reivindicações dos municípios brasileiros. Segundo o senador, a vaia que a presidente da República recebeu dos prefeitos presentes à 15ª Marcha em Defesa dos Municípios não foi apenas devido aos royalties do petróleo. "O governo federal concentra recursos em suas mãos e deixa para estados e municípios uma responsabilidade cada vez maior nas despesas com saúde, educação e segurança da população", criticou.


Inundação

O Rio Negro alcançou ontem o maior nível já registrado na história: 29,79m. A medição está 2 centímetros acima da verificada na cheia de 2009, até então considerada a mais intensa. Ao todo, 49 dos 62 municípios do Amazonas estão em situação de emergência. Foram atingidas pelas inundações 75 mil famílias


Contente//

 Dos ex-presidentes que compareceram à pose da Comissão da Verdade, depois de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais prestigiado pela presidente Dilma Rousseff foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e não o aliado principal, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Mas quem estava mesmo feliz da vida era o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que se sentia como quem, finalmente, havia sido plenamente reabilitado.

Chorou

A presidente Dilma Rousseff não conseguiu conter o choro quando mencionou os companheiros de luta armada que foram mortos durante o regime militar. Emoções à parte, reiterou que os limites do trabalho da comissão não ultrapassarão os paradigmas da Lei da Anistia, como gostariam os parentes dos desaparecidos. "Temos o direito de esperar que, na democracia, a verdade, a memória e a história venham à superfície. A palavra verdade não abriga ressentimento, ódio, nem tampouco perdão", disse.
  
Revanchismo/ Ao sair do Palácio do Planalto, onde assistiu à cerimônia de posse da Comissão da Verdade, o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, era só elogios ao discurso da presidente Dilma Rousseff. "Ela frisou que nada deve deter a busca da verdade, e que isso não é revanchismo".

Informática/ A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal só não aprovou por 15 votos contra dois o projeto de autoria do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que tipifica os crimes cometidos na área de informática porque não houve quórum. Miro Teixeira (PDT-RJ) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ) é que votaram contra a proposta.
 
Deficientes/ O Instituto Brasiliense de Direito Público (IBDF) lançará, em 22 de maio, o "Manual dos direitos da pessoa com deficiência". O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, assina o prefácio da publicação, que tem 477 páginas e 30 autores, todos especialistas em direito à liberdade, saúde, educação, intimidade, vida privada e integridade física e mental.

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