terça-feira, 3 de abril de 2012

O vice de Serra

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 01/04/2012
 

A disputa pela Prefeitura de São Paulo não é um passeio pela Avenida Paulista, mesmo para um candidato franco favorito, como o ex-governador tucano José Serra. A prova de que o caminho é pedregoso foram as prévias do PSDB, nas quais o candidato tucano levou um tremendo calor. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Tripoli, obtiveram 31,2% e 16,7% dos votos, respectivamente, contra 52,1% de Serra, que saiu da disputa menor do que entrou.

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Até hoje Serra não ligou para José Aníbal para pedir apoio. A relação entre os dois nunca foi um mar de rosas, mas piorou com as prévias. No fundo, Serra esperava que Aníbal e Trípoli desistissem da candidatura, assim como o fizeram os secretários estaduais de Meio Ambiente, Bruno Covas, e de Cultura, Andrea Matarazzo.

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Agora, Serra está às voltas com a escolha de seu vice. Mandou recado para o DEM, que namora a candidatura do deputado Gabriel Chalita (PMDB), de que espera o apoio da legenda, mas não lhe entregará a vaga de vice. Tem posição semelhante em relação à Soninha Francine, do PPS, que gostaria de tirar da disputa, porém, não em troca da vice. Essa cadeira está mesmo reservada para alguém indicado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, esse sim, o seu aliado principal na política paulista.
 
Pressão

É avassaladora a pressão da cúpula do PSB para que o presidente da legenda em São Paulo, Márcio França, desembarque da candidatura de José Serra e apoie o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, candidato do PT. A candidatura própria está descartada: a ex-prefeita Luiza Erundina não quer entrar em canoa furada

Barganha

O PSB transformou o apoio a Haddad em São Paulo numa moeda de troca. Em 2008, elegeu 314 prefeitos e fez 7,2 milhões de votos. Agora, quer melhorar o desempenho e conta com o apoio dos petistas em várias capitais, a começar por Belo Horizonte (MG), onde o prefeito Marcio Lacerda disputará a reeleição.

Criação

O Ministério da Cultura prorrogou os editais do Prêmio Economia Criativa. As inscrições poderão ser feitas até 16 de abril, para Fomento a Iniciativas Empreendedoras e Inovadoras, e até 30 de abril, para Apoio à Pesquisa em Economia Criativa. Ao todo serão distribuídos
R$ 4,1 milhões.


Implodiu

Maurício Rands, da corrente petista Construindo um Novo Brasil (CNB), está a um passo de ser o candidato do PT à prefeitura de Recife, com apoio do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A corrente liderada pelo senador Humberto Costa já desembarca da administração do petista João da Costa, que pleiteia a reeleição.

Apostas

Apesar das pressões de tucanos e petistas, o deputado Paulinho da Força (PDT) diz que será candidato a prefeito de São Paulo e não abre. Ninguém acredita, apesar de o sindicalista apostar jantares e garrafas de uísque com os interlocutores incrédulos.

Confederações

Com o avanço das obras da Fonte Nova, o governador da Bahia, Jaques Wagner, tenta incluir Salvador na Copa das Confederações, que será realizada em junho do próximo ano. Wagner embarcou ontem para Zurique para se reunir com o comando da Fifa e garantir a presença da Bahia. O estádio deve ficar pronto em dezembro.

Sucessor/ O prefeito de Salvador, João Henrique (PP), anunciou publicamente que pretende eleger como seu sucessor o deputado federal João Leão, seu correligionário. Os candidatos do PT e do DEM, Nelson Pelegrino e ACM Neto, respectivamente, ainda não acreditam.

Palestra/ O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, falará amanhã sobre A independência do Poder Judiciário e a liberdade de imprensa na América Latina no encontro promovido pela Certal-Flam, entidade que congrega associações de magistrados das Américas, na Universidade de Miami, na Flórida.

Crédito//

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciarão forte redução nas suas taxas de juros e ampliarão o crédito ao consumidor. A presidente Dilma Rousseff pressiona os bancos privados a também baixarem os juros.

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