sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quem pagou?

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 25/02/2012
 
Há muito tempo, o vice-presidente da República, Michel Temer, não enfrenta tanta turbulência no PMDB. Tudo por causa do malfalado programa de televisão da legenda, em que o ex-governador do Amazonas Eduardo Braga pontificou por um minuto e meio, enquanto o líder da bancada no Senado, Renan Calheiros (AL), seu desafeto, nem sequer apareceu. E o deputado Gabriel Chalita, postulante a prefeito de São Paulo e cristão novo no PMDB, dominava as inserções nacionalmente, quando cada macaco deveria ocupar o seu galho, como diria o sambista baiano Riachão, ou seja, em cada cidadela peemedebista aparecer o candidato local.

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Ontem, a assessoria de Temer ainda tentava apagar o incêndio, com o argumento de que o vice-presidente da República só viu o programa no ar e que também foi surpreendido pela ausência do presidente do Senado, José Sarney (AP), de Renan, e de outras lideranças nacionais do partido, como o ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA). O político baiano está inconformado com a não regionalização das inserções da legenda, o que seria uma oportunidade de fortalecer os candidatos do PMDB em todos os municípios onde haverá horário eleitoral na tevê nas próximas eleições municipais.

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Pagará a conta quem encomendou o programa e arcou com as despesas de produção. Ou seja, o presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp (RO). A versão mais pueril do que aconteceu é de que foi dada prioridade aos candidatos a prefeito e faltou tempo para os caciques. A mais polêmica é a de que o grupo de Michel Temer, presidente licenciado do partido, pretende emplacar o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, na presidência do Senado, destronando Renan Calheiros do comando da Casa na sucessão de José Sarney.

Matou no peito

Em nota enviada à coluna, o presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp, isentou o vice-presidente Michel Temer de qualquer responsabilidade pela realização do programa. Disse que não houve exclusão de Sarney e Renan, que participaram do programa e das inserções de 2011, mas a decisão de "prestigiar os nossos pré-candidatos a prefeito nas capitais, como forma de fortalecer a legenda para o pleito municipal". Na corrida pela prefeitura de São Luís pelo PMDB, Max Barros chegou a gravar 30 segundos de depoimento, mas não foi ao ar porque desistiu de disputar o cargo.


Então tá...

As participações dos senadores Luiz Henrique (SC) e Eduardo Braga (AM), em detrimento de Sarney e de Renan, segundo Raupp, serviram para que o Brasil conhecesse a preocupação do PMDB com o meio ambiente. "Esses dois senadores tiveram um grande papel durante a discussão e votação do Código Florestal no Senado", justificou. Raupp reiterou "admiração e respeito aos senadores Sarney e Renan" e elogiou-os "por não permitirem que fatores externos estimulem uma rede de intrigas dentro do espírito democrático que norteia a vida do PMDB e dos peemedebistas".

Com Obama// 

A presidente Dilma Rousseff viaja de 9 a 11 de abril aos Estados Unidos, onde se encontrará com o presidente Barack Obama. O homem mais poderoso do mundo terá, então, mais oito meses ou quatro anos e oito meses de mandato. Dilma tem simpatia por Obama, ao contrário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se dava melhor com o ex-presidente George Bush. 
Fico

Velhos cartolas do futebol brasileiro, como ex-deputado e ex-presidente do Flamengo Márcio Braga, articulam um movimento para manter Ricardo Teixeira no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apesar de seu desprestígio junto à Fifa e do indisfarçável estranhamento com a presidente Dilma Rousseff. Argumentam que ele foi o grande responsável pela escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. A avaliação do Palácio do Planalto é outra: Teixeira atrapalha mais do que ajuda.

Casquinha

O governador Geraldo Alckmin não pretende ser protagonista da humilhação a que estão sendo submetidos os pré-candidatos a prefeito de São Paulo nas prévias do PSDB. Disse ao ex-governador José Serra — que está candidato, mas não assume publicamente — que o melhor para ele será entrar na disputa com Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Tripoli.

Império

Confusão na apuração do grupo de acesso das escolas de samba do Rio de Janeiro: o resultado não foi reconhecido pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). A "vencedora" do grupo foi a Inocentes de Belford Roxo, cujo presidente, Reginaldo Gomes, comanda a Liesa, liga que organiza o desfile. Destaque da Estácio de Sá, que ficou em penúltimo, Luma de Oliveira pôs a boca no trombone: "Teve voto que sumiu do envelope, todo mundo falava que a Inocentes ganharia muito antes de o desfile começar". As escolas mais prejudicadas foram Viradouro e Império Serrano.

Confisco

O governo comunicou ao Congresso que não transferirá à Caixa Econômica Federal, neste ano, a receita relativa à multa adicional paga por empresas que demitem trabalhadores sem justa causa. A lei em vigor diz que esses recursos devem ser incorporados pela CEF ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Tudo pelo superavit fiscal: o confisco foi de R$ 2,96 bilhões

Presente/ O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) também marcou presença no plenário da Câmara na semana do carnaval. Aproveitou para elogiar a iniciativa do governador Agnelo Queiroz de recorrer à parceria com o setor privado para administrar a saúde do Distrito Federal. Quando foi secretário de Saúde, Carvalho foi muito criticado pelo PT por esse tipo de iniciativa.

Zona Franca/ A bancada do Amazonas no Congresso, liderada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), está em pé de guerra por causa das declarações do secretário de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, de que a indústria da Zona Franca faz "maquiagem de produtos importados" e, por isso, dificulta a instalação de fábricas em outros estados, dada ao jornal O Estado de S. Paulo no último dia 16. O governo do Amazonas contesta junto ao Supremo Tribunal Federal os incentivos fiscais à produção de tablets concedidos em São Paulo.

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