domingo, 22 de janeiro de 2012

Gritos e susurros

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 22/01/2012
Um arrocho geral no governo — esse é o saldo dos despachos setoriais realizados pela presidente Dilma Rousseff com seus ministros para preparar a solene reunião ministerial agendada para amanhã à tarde. Houve puxões de orelhas pra todo lado. E um impasse: a possível demissão do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), Elias Fernandes, suspeito de malfeitos.

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No segundo escalão do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), que também andou na marca do pênalti, Fernandes é apadrinhado do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Mas não há problema algum com o partido. O vice-presidente Michel Temer pede aos correligionários para não fazerem marola.

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Na conversa com Dilma, soube que não haverá mudança na participação do PMDB no governo: "Ninguém sai, ninguém entra na Esplanada dos Ministérios", avisou. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (RS), recentemente operado para a retirada de um tumor no cérebro, não deixará a pasta, como se especulou. Na quinta-feira, estava na Alemanha, discutindo a exportação de carne para a Comunidade Europeia.

Gestão

A escolha do físico Marco Antônio Raupp para o Ministério da Ciência e Tecnologia no lugar de Aloizio Mercadante, deslocado para a Educação, serviu de alerta para o PT de que a capacidade de gestão está acima do interesse partidário mais imediato. Dilma só tratou das mudanças na equipe de governo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Michel Temer (PMDB). PP, PDT e PTB estão inquietos. O PT, que era pra ficar tranquilo, está aflito por causa dos que vão sair do governo para disputar as eleições municipais.

Havana//

O Itamaraty tenta agendar um encontro da presidente Dilma Rousseff com o líder cubano, Fidel Castro, além do já marcado com o presidente Raúl Castro, irmão de Fidel, em 29 de janeiro. Ainda não conseguiu por causa da saúde frágil do velho "comandante".

Fechou

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), levou outra rasteira. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, fechou com o presidente do PSB de São Paulo, Márcio França, seu secretário estadual de Turismo, um acordo para a participação da legenda na coligação tucana à prefeitura da capital, com aval do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. Os tucanos retiraram a candidatura do deputado Carlos Sampaio a prefeito de Campinas para indicar o vice na chapa do deputado Jonas Donizetti, do PSB.

Pegou fogo

O senador Humberto Costa (PE) deixa a liderança da bancada do PT no Senado em pé de guerra. O cargo está sendo disputado por pelo senador Wellington Dias (PI), da corrente petista Construindo um Novo Brasil (CNB), e por Walter Pinheiro (BA), da Democracia Socialista (DS). Dos 13 senadores petistas, seis são da CNB, cinco se declaram independentes, um é da DS e outro, da Articulação de Esquerda.

Tarja preta

Indicados para o controle de ansiedade e tensão, os ansiolíticos estão entre os medicamentos mais consumidos no país. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), só a venda legal de Rivotril saltou de 29,46 mil caixas, em 2007, para 10,59 milhões em 2010. Isso custou aos brasileiros R$ 92 milhões

Em campanha

O cerimonial do Palácio do Planalto capricha nos preparativos da solenidade de comemoração da marca de 1 milhão de beneficiários do ProUni, amanhã, no Salão Nobre. Em vez de uma festa de despedida, será uma espécie de lançamento da pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, que concorrerá à prefeitura de São Paulo. A propósito, por causa das confusões do Enem, o ministro passou a semana dando entrevistas.

Monitoramento/ Dois projetos agitam o mercado brasileiro de tecnologia da informação e a indústria da Defesa: o Sisfron, que fornecerá sistemas de vigilância das fronteiras para o Exército; e o Sisgás, que atuará no monitoramento da região do pré-sal para a Marinha. São radares, satélites e Veículos Aéreos não Tripulados (Vants).

Promoção/ Com 6 mil horas de voo, das quais 1,8 mil horas na aviação de caça, o tenente-brigadeiro do ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo assumiu a chefia do Estado-Maior da Aeronáutica (Emaer). É o primeiro na linha de sucessão do tenente-brigadeiro do ar Juniti Saito no comando da Força.

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