quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

E la nave va...

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 19/01/2012
Antes que o pânico se estabeleça, a cúpula do PSDB resolveu se mobilizar para impedir a aliança do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno da candidatura a prefeito do ministro da Educação, Fernando Haddad (PT). Esse foi o objetivo da conversa de ontem do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-governador de Minas Gerais e pré-candidato a presidente da República.

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Alckmin  defende a tese de que somente a candidatura do ex-governador José Serra pode evitar a aliança e vencer a eleição para a prefeitura da capital, reagrupando as forças de oposição em São Paulo. O PPS também tem uma candidatura própria, a da ex-vereadora Soninha Francine, que aparece nas pesquisas com 10% dos votos. Hoje, está em melhor situação nas pesquisas do que o próprio Haddad e os quatro tucanos que postulam a vaga de candidato a prefeito: os secretários de estado Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia); e o deputado federal Ricardo Trípoli.

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O grupo de José Serra, integrado também pelo ex-governador Alberto Goldmann e o senador Aloysio Nunes Ferreira, chegou a defender uma aliança com Kassab em torno da candidatura do vice-governador Afif Domingos (PSD), mas a proposta não prosperou. Houve reação dos quatro postulantes à candidatura tucana, que será escolhida em prévias do PSDB. A ideia não agrada a Alckmin, pois tem um complemento: em 2014, Kassab seria o vice na chapa da reeleição. Isso deixaria o PSDB confinado ao interior paulista e o governo estadual na mão do atual prefeito de São Paulo nas eleições de 2018.

Chame FHC

Aécio, Alckmin e Guerra — mesmo reunidos — não têm pegada para convencer José Serra a aceitar a candidatura a prefeito de São Paulo, pois são vistos como adversários pelo ex-governador. O único que ainda tem certa ascendência sobre Serra é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O problema é que Serra diz não abrir mão da candidatura à Presidência da República, mesmo que por outra legenda, e já trata do assunto com aliados. Avalia que a prefeitura de São Paulo o afasta desse caminho: se ganhar, não pode usá-la como trampolim novamente; se perder, só restará a alternativa de voltar ao Congresso.

O plano B

O ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM) tinha uma proposta alternativa para os tucanos: lançar José Serra como candidato a vereador para puxar a votação da chapa de sua coalizão. Como o DEM está mais predisposto a apoiar o candidato do PMDB, deputado Gabriel Chalita, a proposta parece provocação.

O jabuti//

O ministro Mário Negromonte virou o maior jabuti da Esplanada. Balançou no galho da árvore, mas não caiu. Como não foram as enchentes que o levaram para cima da árvore, como diz o velho ditado político, é mão de gente que o mantém no cargo. No caso, a do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).

Taxiando

A suspensão do contrato de venda de 20 aviões Super Tucanos para o governo dos Estados Unidos será resolvida rapidamente, avalia o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar. No início do mês, os EUA suspenderam temporariamente a compra, após uma rival contestar o resultado da licitação realizada em dezembro. O contrato vale US$ 355 milhões

Ame-o ou deixe-o

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, anunciado pelo Palácio do Planalto novo ministro da Ciência e Tecnologia no lugar de Alozio Mercadante, é visto como um dos ideólogos da nova política de reserva de mercado na área de tecnologia da informação. Físico, é presidente licenciado da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e comandou o Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), cujas empresas estão sendo tratadas de forma privilegiada nos programas governamentais. Multinacionais com plantas industriais no Brasil estão revendo seus projetos de expansão.

Discórdia

O deputado estadual Rodrigo Neves (PT), atual secretário estadual de Assistência Social, é o pivô da crise entre o PMDB e o PT no Rio de Janeiro. É candidato a prefeito de Niterói, contra a reeleição Jorge Roberto da Silveira (PDT), que entrou em depressão depois da tragédia no morro do Morro do Bumba, em 2010, onde morreram mais de 40 pessoas. O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, defende a aliança com o prefeito, que apoiou a reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB).

Virou sambaO Clube do Samba lança sábado, a partir das 12h, o samba do bloco para o carnaval 2012: "Dilma, eu te amo", inspirado na gaiatice do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi. Com feijoada e roda de samba, o balacobaco será no Rio Guanabara, na Praça Tiradentes, com o grupo Samba de Benfica e Thais Macedo, além da ala dos compositores do bloco, integrada por Nelson Sargento, Gisa, Didu e Diogo Nogueira, Delcio Carvalho, Wilson Moreira, Agenor de Oliveira, Leandro Fregonesi, Ciraninho e Inácio Rios.

Regimento/ Presidente interino do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Olavo Chinaglia anunciou ontem que o novo regimento interno do órgão deve ir à consulta pública em março. Estabelece um prazo máximo para análise prévia das fusões de empresas no país: 240 dias, prorrogáveis por mais 90 para as ações de maior complexidade.

Leilão/ A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a BM&FBovespa vão esclarecer hoje os procedimentos do Leilão nº 2/2011, marcado para 6 de fevereiro, no qual serão leiloados os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos (SP), e Viracopos, em Campinas (SP).

Viral/ Piadinha entre políticos da base governista: a reforma ministerial só sai depois que a Luíza voltar do Canadá.

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