terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Outro lado

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 20/12/2011
Viciado em análises de pesquisas, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, no seu ex-blog de ontem, ironizou a relação entre a presidente Dilma Rousseff e sua equipe na Esplanada a partir dos resultados do Ibope/CNI de sexta-feira passada: "Uma vez, o presidente Figueiredo, respondendo a repórteres, afirmou e ganhou destaque no dia seguinte nos jornais: "A economia vai bem, mas o povo vai mal". Essa máxima se aplica agora, parafraseando para o governo federal: Dilma vai bem, mas o governo
vai mal!"

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Maia destaca que as funções do governo Dilma que são aprovadas registram preocupantes índices de desaprovação: "Combate à fome e à pobreza (56% aprovam contra 39% que desaprovam), combate ao desemprego (50% a 45%), defesa do meio ambiente
(48% a 44%)". E que a população desaprova a saúde (67%), os impostos (66%), a segurança (60%), a taxa de juros (56%), o combate à inflação (52%) e a educação (51%). "Mesmo nas três áreas mais bem avaliadas, caiu a aprovação quando se compara com a pesquisa de setembro", arremata.

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Há certo exagero da oposição ao atribuir mais importância à avaliação setorial do que ao resultado geral do desempenho do governo Dilma, mesmo diante da constatação de que o assunto mais citado pela população foram as denúncias de corrupção, com 33%. Mas uma coisa é certa: as áreas mal avaliadas, se não melhorarem de desempenho, vão puxar a imagem do governo para baixo, sobretudo no caso de a economia não crescer o prometido e frustrar as expectativas da população.

Descolamento

Há um outro lado dessa moeda. A oposição não consegue se aproveitar da desaprovação do governo na saúde, na segurança e em aspectos tão importantes da economia como a política tributária,
o preço dos alimentos e juros altos, bandeiras oposicionistas desde a Inconfidência Mineira. Focada exclusivamente nas denúncias contra irregularidades nos ministérios e muito enfraquecida, a oposição não capitaliza as deficiências do governo porque — como a antiga UDN — atua de forma elitista e está descolada dos movimentos sociais.

Papai Noel//

"Pela primeira vez, às vésperas do Natal, de cada 10 lojas você tem uma que ainda não conseguiu completar o quadro de funcionários. Isso se repete no Brasil inteiro. Há dificuldade de contratar", garante o professor de varejo da Fundação Getulio Vargas, Daniel Plá, para quem o comércio brasileiro está vivendo um momento de pleno emprego.

Privatizações

O deputado Protógenes, do PCdoB-SP, ameaça apresentar hoje o pedido de abertura de CPI na Câmara para investigar privatizações conduzidas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Sua motivação foi o polêmico livro escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. (A Privataria tucana). O PT está gostando do bafafá, mas isso não quer dizer que pretenda apostar na CPI.

Blindagem

Presidente da Câmara, Marco Maia  não esconde a satisfação com o trabalho da Casa em 2011: blindou o governo para enfrentar a crise. Foram aprovados a Política Permanente de Recuperação do Salário Mínimo até 2015; a constituição da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada; a atualização da Tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física de 2011 a 2014; e o Programa de Inclusão Digital (Tablet PC). Além disso, o Cadastro Positivo; o Supersimples de micro e pequenas empresas e o Sistema de Defesa da Concorrência (SuperCade). Também foram aprovadas a Certidão Negativa de Débito Trabalhista e o Aviso Prévio Proporcional de até 90 dias.

Queda de braço

A última queda de braço da presidente Dilma Rousseff neste ano é com o Poder Judiciário e Ministério Público da União, que reivindicam aumento para os seus servidores. A base no Congresso, que aprecia o Orçamento da União, está sendo muito pressionada pelos dois lados. O fiel da balança na votação é o PMDB.

Berlinda/ A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara realiza audiência pública sobre denúncias de irregularidades na Caixa Econômica Federal. Devem comparecer o presidente do Conselho Administrativo da Caixa, Antônio Silveira; a diretora do Departamento de Infraestrutura Social do Ministério do Planejamento, Maria Caldas; e o coordenador de Gerenciamento de Fundos e Operações Fiscais, Manoel Joaquim de Carvalho.

Cade/ Gilvandro Vasconcelos Coelho de Araújo e Ricardo Machado Ruiz, indicados para os cargos de procurador-geral e conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), respectivamente, serão sabatinados hoje pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Azebudsman/ Os leitores Luis Barbosa e Mario C. Corrêa não gostaram do título da nota "Os fominhas" na coluna de domingo, na qual eram relacionados os deputados com 100% de frequência em plenário na Câmara. "Não entendi o título. Quem cumpre com suas obrigações pode ser tachado de "fominha"?", questionou Correia. "Fica parecendo que eles foram errados em comparecer todas as seções no plenário", protestou Barbosa. Dos 513 deputados, apenas 13 tiveram 100% de presença no plenário.

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