sábado, 10 de julho de 2010

Pacto corporativo

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e os principais sindicatos do funcionalismo ligados às carreiras do Executivo firmaram um pacto de bom comportamento na campanha eleitoral para não prejudicar a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. A reunião foi ontem, no ministério, e tem por objetivo evitar uma onda de greves que possa paralisar as atividades do governo Lula em pleno processo eleitoral.

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Bernardo empurra com a barriga a apresentação de um projeto de lei contemplando 27 setores do Executivo com aumentos salariais muito acima da inflação, de maneira a corrigir defasagens entre as carreiras do Executivo e as semelhantes no Legislativo e no Judiciário.

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O governo havia se comprometido com os sindicalistas a encaminhar a proposta ao Congresso antes do período eleitoral, mas perdeu o controle das votações na Câmara e no Senado e recuou, temendo um novo “trem da alegria”. Bernardo prometeu que o projeto será encaminhado durante a “janela legislativa” do período pós-eleitoral, na qual o Executivo costuma usar o rolo compressor para aprovar tudo que deseja antes que os novos deputados tomem posse.

Dúvidas

Alguns sindicalistas acham arriscado esperar as eleições para reivindicar a aprovação dos planos de carreira e respectivos aumentos. Desconfiam de que o ministro Paulo Bernardo possa não integrar a equipe de transição do novo governo. Alguns, inclusive, temem a vitória do tucano José Serra. Entre as 27 carreiras que ficaram sem aumento estão as dos funcionários administrativos da Advocacia-Geral da União (AGU) e dos servidores dos seguintes órgãos: Incra, FNDE, Inep, Ibama, Instituto Chico Mendes, Ministério do Trabalho e Embratur. São aproximadamente 600 mil servidores.

Batucada

Dos R$ 15,5 milhões que o governo gastou na África do Sul para divulgar a Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, despontam as despesas com a Casa Brasil e com shows, além de passagens e hospedagem na sede do atual Mundial. O grupo baiano Olodum, o Samba Negô e a bateria da escola de samba carioca Portela cobraram R$ 4 milhões.

Central

A equipe de campanha de Dilma Rousseff corre contra o relógio para nada dar errado na inauguração do comitê central da campanha, terça-feira, no Edifício Vitória, no Setor Bancário Sul de Brasília. A petista deixará definitivamente o bunker mal-assombrado do Lago Sul. Na festa, serão lançados um vídeo institucional preparado pelo marqueteiro João Santana e o Blog da Dilma, concebido por seu “guru virtual” Marcelo Branco.

Encarnado

A logomarca da Copa de 2014 leva as cores verde e amarela da bandeira nacional, mas chama a atenção a numeração 2014 desenhada em vermelho. A cor foi escolhida com base em outra logo, a Marca Brasil, que já havia sido desenvolvida a pedido da Embratur para divulgar a imagem do Brasil no exterior.

Cacau

Apesar da presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), em férias na África do Sul, o risco de a abertura da Copa do Mundo não acontecer na capital paulista é real. O governador da Bahia, Jaques Wagner, patrocinado pelo presidente Lula, entrou firme na disputa para levar a abertura do Mundial de 2014 para Salvador. Promete ampliar a capacidade do Estádio da Fonte Nova de 50 mil para 70 mil lugares, cujo custo estimado é de R$ 1,5 bilhão

Duro na queda

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, continua acompanhando com lupa a política do Distrito Federal, mesmo colecionando duas derrotas para os políticos da capital federal. A primeira foi em 2003, quando ainda era subprocurador e foi derrotado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao pedir a cassação do então governador Joaquim Roriz. A segunda, este ano, com a recusa do Supremo Tribunal Federal (STF) ao pedido de intervenção por causa do escândalo Caixa de Pandora. Agora, trabalha pela aprovação do pedido de impugnação da candidatura de Roriz.

Preferido - A ex-governadora fluminense Benedita da Silva (PT), que perdeu a vaga de candidata ao Senado para o ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Faria (PT) e disputa uma cadeira na Câmara dos Deputados, é a estrela das panfletagens do candidato do PMDB ao Senado, Jorge Picciani.


Racha - O presidente do diretório municipal do PPS em Salvador, Virgílio Pacheco, protocolou ação no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia para anular a convenção regional da legenda. Partidário do presidenciável tucano, José Serra, não quer ver o partido coligado com o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima.

Elite - Numa disputa dificílima, o ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro (PTB-PE), candidato ao Senado na chapa do governador Eduardo Campos (PSB), que tenta a reeleição, acredita que terá o segundo voto da elite pernambucana, tradicional eleitora do senador Marco Maciel (DEM).

Publicado hoje no Correio Braziliense e no Diário de Pernambuco

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