quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O fim da miséria

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br


O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias (PT), garante que até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o governo acabará com a miséria absoluta no Brasil. Será o resultado do direcionamento dos gastos sociais para as parcelas mais pobres da população. A “focalização” surgiu como ideia social-liberal, na equipe do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, para compensar o impacto do ajuste fiscal do governo Fernando Henrique Cardoso junto à população de baixa renda, mas não passou de uma espécie de “amostra grátis”.

No atual governo, a “focalização” da assistência social mudou de natureza com a decisão do presidente Lula de estender o programa Bolsa Família a todas as famílias que estavam abaixo da linha de pobreza. Uma espécie de salto de qualidade decorrente da escala. Hoje, há 11,6 milhões de famílias beneficiadas pelo programa, aproximadamente 46,2 milhões de pessoas, ou seja, mais de 25% da população, beneficiadas com R$ 13,1 bilhões. Somam-se a essas pessoas 1,6 milhão de idosos e 1,8 milhão de portadores de deficiência que recebem do governo um salário-mínimo por mês de benefícios, num total de mais R$ 16 bilhões. Sem falar nos 7,6 milhões de aposentados rurais, beneficiados pela Constituição de 1998, que hoje recebem em média R$ 533,20.


Ideia-força

Criticar o Bolsa-Família pode dar votos para um candidato em busca de apoio da alta classe média, mas virou suicídio eleitoral para quem disputa eleições majoritárias. Acusado de assistencialista e populista pela oposição, o programa conquistou corações e mentes de uma grande parcela da população até então excluída da esfera de atendimento do Estado, ampliou a renda nas periferias e grotões e praticamente erradicou a fome endêmica no país. Em relação ao presidente Lula, tem o mesmo papel que a carteira assinada e o salário-mínimo representaram para Getúlio Vargas.

Aceleração

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 1995 e 2008, a queda média anual na taxa nacional de pobreza absoluta (até meio salário mínimo per capita) foi de -0,9%, enquanto na taxa de pobreza extrema (até um quarto de salário mínimo per capita) foi de -0,8% ao ano. Entre 2003 e 2008, a queda na taxa de pobreza absoluta foi de -3,1%, enquanto na taxa de pobreza extrema foi de -2,1% ao ano. Para acelerar esse processo, o governo pretende ampliar o Bolsa Família para 12,9 milhões de famílias

Banqueiros

Pesquisa MCM na banca paulista endossa a política monetária do governo Lula (91% de bom e ótimo), o controle da inflação (88% de bom e ótimo) e a política cambial (65% de bom e ótimo), mas detona a política fiscal (69% de bom e ótimo). Quanto à sucessão de Lula, 59% acreditam na vitória de Serra e 21%, na de Dilma.

Brasília, 50 anos//

Com a crise do GDF, o pacote de 50 obras prometidas para os 50 anos de Brasília não ficará pronto na data prevista, 21 de abril. Mas o governador José Roberto Arruda (sem partido) quer inaugurar, pelo menos, a nova rodoviária interestadual e a torre da tevê digital no aniversário da capital.

Caridade

O PTB deve desembolsar, em breve, R$ 30 mil para o PT e para o deputado Geraldo Magela, do PT-DF. O dinheiro resulta de uma ação em fase de execução pelo Tribunal de Justiça do DF em que o partido comandado pelo ex-deputado Roberto Jefferson foi condenado por acusar o petista de corrupção e grilagem de terras durante programa eleitoral, em 2004. Magela decidiu doar sua parte na indenização a uma entidade de apoio a crianças com câncer.


Vazante

Candidato do PT ao governo do Distrito Federal, o ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz (foto) enfrenta dificuldades para consolidar suas alianças. O PSB discute o lançamento da candidatura do deputado Rodrigo Rollemberg (DF) na próxima segunda-feira. No PDT, também se consolida o nome do deputado distrital José Antônio Reguffe.

Contrato/ Um contrato de mais de R$ 190 milhões para o fornecimento de 15 mil kits destinados aos telecentros do programa Inclusão Digital, do Ministério das Comunicações, está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU). Após representação de uma empresa perdedora, o órgão vai ouvir o subsecretário de Planejamento e Orçamento do ministério, José Maurício Salgado, sobre possíveis irregularidades na fase dos testes de conformidade dos produtos fornecidos.

Dendê/ A convite do líder do PP na Câmara, Mário Negromonte, a presidente da Associação das Baianas de Acarajé, Rita Ventura, deve desembarcar em breve com seu tabuleiro em Brasília. A ideia é servir a iguaria ao presidente Lula, fã do apimentado quitute baiano, para comemorar a criação do Dia Nacional da Baiana de Acarajé, 25 de novembro, lei publicada ontem no Diário Oficial.

Desplugado/ O deputado Celso Russomanno (PP-SP) quer mudar a lei que impôs o novo padrão de tomadas no país. Apesar de serem mais seguras, Russomanno acredita que façam mal ao bolso do consumidor. Pelos seus cálculos, uma tomada no novo padrão sai em média R$ 4, e cada residência possui em torno de 20 tomadas, o que custaria ao consumidor R$ 80. Ele estima em 40 milhões o número de domicílios com energia elétrica.

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